Está aqui um extrato de uma entrevista entre o padre e líder espiritual Doutor Michael Beckwith (MB) e Kute Blackson (KB) sobre entrega.
MB: „Entrega“ significa que nos entregamos ao próximo estádio da nossa evolução. Há um potencial infinito em nós que quer vir a desabrochar. Quando entregamos, permitimos que algo que já existe em nós possa desabrochar. No paradigma teológico antigo as pessoas diziam „eu entrego-me a Deus“. E havia a ideia que Deus estava lá fora, que Deus fez o Homem à sua imagem, mas como algo separado dele. E então iamos entregar a nossa vontade e submeter-nos à vontade de Deus. Mas a humanidade evoluiu, do testamento antigo em que Deus era percepcionado como estando fora do ser humano, para o novo testamento, em que a humanidade é divina. Não nos entregamos a um Deus exterior, mas nós temos qualidades e atributos do Espírito. No passado Deus mandava, era capricioso, e nós eramos como crianças que ele geria. Hoje compreendemos que nós somos a Luz do mundo. Por isso hoje a entrega é entregarmos-nos ao potencial que existe em nós e permitir que ele se exprima através de nós. Podemos dizer um grande „sim“ a Deus em nós!... A vontade de Deus tem sempre a haver com uma expressão maior da Vida. Se eu quero a vontade de Deus, quero uma maior expressão da Vida. E assim, o desejo mais profundo do meu coração é idêntico à vontade de Deus. Eu exprimir o meu potencial, a alegria, criatividade, amor, é a vontade de Deus. E é a isso que me vou entregar. KB: Porque é que é tão difícil entregarmos-nos a isso? MB: Temos condicionamentos e zonas de conforto. Preferimos estar numa situação de segurança aparente em que as coisas são mais fixas e estáveis. Quando nos entregamos à nossa própria evolução, o nosso mundo antigo vai desabar. A maneira como vias o mundo pode ter sido causada por dúvidas, medos, inseguranças e criaste um contexto em que pensavas gerir e controlar a tua vida, dentro do contexto destes sentimentos. Ao deixares ir e entregar, não sabes o que irá acontecer. O nosso Ego tem medo da mudança. Mesmo uma mudança positiva - como ainda não conseguimos ver como vai vir a ser, por vezes vai para além do que conseguimos sequer imaginar, e por isso resistimos. Portanto: é o medo. KB: E como superamos este medo, para que ele não nos mine? MB: O medo é uma energia, que resulta de uma perspectiva egoica, que te mantém pequeno, que te mantém num lugar pequeno e que te parece seguro. O medo aparece quando queremos sair da nossa zona de conforto. O ego produz todos estes medos e dúvidas. O medo, ao tomarmos acção, transforma-se. Começa a transformar-se em antecipação, como quando estás numa aventura a descobrir coisas novas. E, se continuas por este caminho da entrega, começas a ter intuições sobre o teu caminho. Então o medo transforma-se em entusiasmo. A palavra entusiasmo vem do Grego: en theos, que significa: estar em Deus. O medo nunca desaparece, mas pode ser transmutado através de acções, tornando-se numa outra forma de energia. KB: Que acção podemos tomar? MB: Estás em integridade contigo e com a tua alma. Estás mansinho que nem uma pomba. E o universo vai responder às tuas perguntas. Se perguntas sinceramente: o que está a tentar emergir através de mim das profundezas do meu ser? Qual o meu próximo passo? O que posso contribuir? E ouves em silêncio com os teus ouvidos interiores. E começas a ser guiado por uma linguagem que tu consegues perceber, como intuição, saber imediato, etc. E assim transfromamos inércia em acção com momento. KB: E podes falar o quanto as nossas possibilidades estão sob nosso poder de desabrochar e em que medida o carma nos pode limitar? Porque muitas pessoas quando não conseguem sair de uma certa siuação difícil acham que deve ser o carma deles e que é algo que têm que aceitar. MB: Sim, isto é uma superstição bastante comum. Acho que surgiu na Índia com o sistema das castas sociais. Temos que compreender que o carma apenas determina pontos de partida, não os resultados. Os resultados são determinados pelo teu carácter que por sua vez é um resultado da tua atitude. Portanto podes mudar a tua atitude e vais ter resultados diferentes e o teu destino muda. Por vezes as pessoas usam o carma como desculpa para não terem que mudar. Mudar de atitude muda tudo. Se neste instante respiro fundo e sinto gratidão pela capacidade de respirar, há uma mudança imediata nas ondas cerebrais, no sistema imunitário, etc. Se trabalhas consistentemente nas tuas crenças, pensar, sentir, começas a transformar os teus corpos subtis também. E então a tua experiência da vida e o teu destino também mudam. Oportunidades e possibilidades novas começam a aparecer na tua vida. Carl G. Jung dizia que enquanto o nosso inconsciente é inconsciente ele cria coisa a que chamamos destino. Mas quando se começa a tornar consciente, começamos a ter opções. Quando começamos a fazer trabalho interior, coisas incoscientes começam a emergir no nosso consciente, e por isso deixa de nos determinar. Começa a ser transmutado pela nossa consciência e intenção.
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Poesia | Fernando Pessoa
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril. Estória de Frank Stocktorn e Maurice Sendak No meio da floresta, perto da povoação de Orn, vivia o homem das abelhas. Ele vivia ao pé do caminho numa cabana com telhado de palha. A cabana estava rodeada de abelhas que entravam e saíam por buracos na parede de terra e palha. O ar estava carregado com o zumbido das abelhas. Toda a cabana era como que uma colmeia gigante. O homem das abelhas alimentava-se sobretudo de mel e de frutos silvestres. Duas vezes por ano passava por aquele caminho um aprendiz de feiticeiro. Quando ele passava pela cabana, costumava espreitar por uma janela embaciada de tão velha e via lá dentro o homem das abelhas, um senhor baixinho e redondo, a comer à colherada uma sopa de mel. Uma vez ao passar pela cabana e encontrar novamente o homem das abelhas assim sentado à mesa a comer mel, o aprendiz de feiticeiro bateu à porta e interpelou-o, dizendo-lhe: „Sempre que eu passo por este caminho encontro você aqui sózinho sentado na cabana a comer mel. Eu acho que você foi enfeitiçado e antes de ser o homem das abelhas foi outra coisa. Você vá à procura daquilo que foi antes de ser enfeiticado. E eu, quando terminar a minha formação de feiticeiro, que será em breve, poderei torná-lo de novo naquilo que você foi antes de ter sido enfeitiçado. Faça-se a caminho! Procure quem foi!“ O aprendiz de feiticeiro seguiu caminho e o homem das abelhas ficou intrigado com aquela fala e chegou à conclusão que o aprendiz de feiticeiro deveria ter razão. Que sina aquela, sempre sozinho no mato só na companhia das abelhas? Parecia mesmo um feitiço! Então ele preparou um enxame de abelhas numa cesta que atou às costas, feito mochila, de modo a ter sempre abelhas e mel consigo, e iniciou a sua jornada à procura de quem poderá ter sido. No primeiro dia, depois do almoço de mel, deitou-se a dormir a cesta no meio de uns arbustos. Ao acordar reparou que se encontrava na margem de uma quinta onde estava a ser celebrado um casamento. Um homem muito fino e uma belíssima noiva desciam as escadas de um palacete. O homem das abelhas aproximou-se pensando: „Quiçá, terei sido um homem jovem tão bonito e rico quanto este, antes de ser enfeitiçado?“ Foi-se aproximando mas sempre escondido por entre os arbustos para não incomodar os convidados. A um certo momento, no entanto, descuidou-se e o casal de noivos passou mesmo à sua frente. O noivo, ao ver no homem das abelhas esguedelhado e pobre um intruso na sua festa, deu-lhe um pontapé para o correr dali para fora. Ao continuar a sua caminhada o homem das abelhas pensou „Não fui de certeza um jovem tão vaidoso e mau como aquele noivo.“ Passou por muitas aldeias e florestas mas não encontrou nada com que ele resoasse como sendo algo que ele pudesse ter sido. Ouviu falar de uma caverna, perto de umas montanhas, com dragões horríveis e pensou para si: „Não posso excluir a possibilidade de ter sido um daqueles dragões horríveis, tenho que ir lá ver e verificar.“ Ao chegar perto da caverna, encontrou um jovem letárgico que tinha umas grandes olheiras de sono e que se deitava sempre que possível, tendo um andar descaído e mole. O homem das abelhas perguntou-lhe porque é que ele queria ir à caverna dos dragões. O jovem letárgico respondeu que lhe tinham recomendado ir apanhar um susto à caverna, para ver se acordava e saía de vez da letargia. Continuaram juntos até à entrada da caverna, onde foram recebidos por um anão de pele acastanhada e com um grande nariz. O anão quis saber o que os caminheiros desejavam e rapidamente os encaminhou: Pôs o jovem letárgico numa das câmaras da caverna com um dragão que dormia há mil anos, enquanto o homem das abelhas estava à vontade para ir de câmara em câmara na caverna para ver os dragões e verificar se poderá ter sido algum deles. Ao chegar a uma das câmaras na caverna, o homem das abelhas encontrou-a vazia. Mas, de repente entrou um dragão por um buraco no tecto. Era um dragão grande que metia medo, com grandes garras e dentes que pareciam serras. Nas suas garras o dragão trazia um bébé que tinha acabado de roubar e que ia ser a sua refeição. O homem das abelhas quis imediatamente salvar o bébé. Pegou na colmeia que trazia às costas e atirou-a com toda a força contra a cabeça do dragão. O dragão deixou cair o bébé ao tentar afastar as abelhas que o picavam em todo o lado. O homem das abelhas deu um salto para agarrar o bébé e fugiu com ele a correr para a entrada da caverna. Perto da entrada da caverna o homem das abelhas encontrou o jovem letárgico a correr atrás do anão para lhe dar pontapés. Mostrou-se que o dragão que estava a dormir há mil anos no seu sono profundo, teve um ligeiro tremer de uma pálpebra, e o jovem letárgico pensou que o dragão estava acordado e que tinha sido enganado pelo anão. Ganhou um tal susto que ficou muito acordado e quis imediamente vingar-se do anão. O homem das abelhas agradeceu ao anão e decidiu seguir caminho para procurar os pais do bébé para lhes devolver a criança. Não tardou muito, ao passar numa aldeia o homem das abelhas encontrou uma senhora à porta de casa a pendurar a roupa, a chorar e a lamentar-se. Percebeou-se rapidamente que ela era a mãe do bébé que tinha sido roubado pelo dragão. A senhora ficou extremamente grata ao homem das abelhas e convidou-o a passar aquela noite em sua casa. O homem das abelhas contou-lhe a sua busca de querer encontrar quem foi, e concluiu que sentia uma tal atracção pelo bébé, que achava que antes de ter sido o homem das abelhas deverá ter sido um bébé assim. A mãe do bébé estava tão grata que prontamente se ofereceu a criá-lo juntamente com o seu filho, logo após a sua transformação pelo feiticeiro. E assim aconteceu. O aprendiz de feiticeiro, que estava agora um feiticeiro formado, foi chamado e transformou o homem das abelhas num bébé, que foi criado como se fosse um irmão do bébé que ele tinha salvo. Muitos anos passaram… O então aprendiz de feiticeiro era agora um velho mestre e um dia aconteceu que ele passou mais uma vez por aquele caminho na floresta junto a Orn. Ao avistar a cabana do homem das abelhas lembrou-se de toda esta história e questionou-se sobre o que terá acontecido com aquele bébé no qual ele tinha transformado o homem das abelhas. Aproximou-se da cabana e espreitou pela janela. E… avistou ali o homem das abelhas sentado à mesa a comer um prato de sopa de mel. - Pois é. Quando não se faz trabalho de desenvolvimento pessoal, pode se ter oportunidade atrás de oportunidade para se aprender e fazer diferente, mas não vale de nada, pois os velhos padrões criam um futuro igual ao passado... Hoje em dia é mesmo assim: temos que tomar o nosso potencial de desenvlvimento em mãos de forma consciente.
Dia de manifestação em todo o mundo pela liberdade e contra o totalitarianismo que está a aproximar-se de nós de forma galopante, sob alçada de "medidas de saúde pública". Os mídia reportaram que as manifestações foram de extremistas de direita e números muito menores do que foram na verdade. Quem foi e quem se informa nos canais alternativos vê que é gente para quem a dignidade humana e a liberdade são os princípios fulcrais pelos quais sai à rua.
Por tudo o que eu vim a descobrir, considero que não precisamos de ter medo da doença associada ao Covid19. De facto, precisamos de superar o medo de que um mero micro-nem-sequer-organismo nos possa matar. O mundo é mais compelxo que isto. Considero necessário que todas as pessoas procurem por si chegar à verdade do que se está a passar, pois só com o diagnóstico certo encontraremos as acções realmente construtivas e apropriadas ao momento e para enfrentar os desafios reais do mundo. Desafios estes que nos remetem também à aprendizagem interior que urge fazermos. Se conseguirmos superar o medo de morrer, podemos abrir-nos à solidariedade e ao amor que tanto urge cultivar neste momento. Graças ao feedback de alguns amigos do coração e introspecção percebi que divulgar a verdade que encontramos sobre o que se está a passar tem que ser feito com discernimento, no momento, olhando para quem falamos. Sugere-se realmente alertar as pessoas em nossa volta às incongruências que estão a acontecer.
Na Luz, que, proveniente das pofundezas do Espírito tecendo criativamente no espaço revelando o Criar dos Deuses: Nela aparece o Ser da Alma Extendido, tornando-se Ser Mundo E ressuscitado Do poder limitado da interioridade individual. Calendário da alma de Rudolf Steiner, Semana 5 Que factores ambientais poderão levar ao surgimento da nova doença respiratória associada ao Covid19? Nota pessoal prévia No contexto do „estado de emergência“ decretado, com o intuito de evitar a disseminação de doença contagiosa, cada um de nós vê os seus direitos de liberdade civil comprometidos e vê se por isso chamado a tomar uma postura face aos acontecimentos. Fico em casa, desinfecto as mãos, mantenho a distância social recomendada? Assim também me senti chamada a dedicar algum tempo a investigar o que se passa e a tomar uma posição face aos acontecimentos. Não acreditando nos media, era natural para mim investigar mais fundo. Assim descobri o médico antroposófico Thomas Cowan. A sua perspectiva é exactamente oposta à „sabedoria convencional“. Como no passado já me aconteceu muitas vezes que encontro a verdade sobre um assunto exactamente numa postura diametralmente oposta à „sabedoria convencional“, a minha atenção ficou despertada. Inicialmente com muitas dúvidas começei a fazer triangulação dos factos expostos, a ver referências e ouvir o que virólogos conceituados dizem. A minha primeira grande surpresa foi que, de facto, a contagiosidade do Covid19 não está comprovada. Um artigo (https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2762028) citava um artigo de opinião (https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2759815) como fonte das evidências de que Covid19 é um fenómeno contagioso. E como diz o Dr. Cowan, o acidente nuclear de Chernobyl não foi um evento contagioso, e mesmo assim houve expansão de doenças. Portanto uma doença pode expandir-se à medida que um agente que ataca a nossa saúde se alastra, sem que seja necessariamente por contágio. Percebi que a ciência por detrás desta „pandemia“ se apoia em hipóteses tidas como facto, não provadas para este caso específico e que poderão não ser de todo verdade. Considero que será prudente investigar as causas a fundo, mesmo que possa por em causa hipóteses centenárias. Subscrevi à newsletter do Dr. Cowan e ouvi as suas palestras. Cheguei ao ponto de sentir o dever, face a este homem corajoso que exprime a sua verdade de forma bem fundamentada, de me aliar e transmitir a sua mensagem, complementando-a com as minhas pesquisas e reflexões pessoais. Isto no sentido de partilhar pistas e contribuir para a investigação e formação de um juízo independente de cada um. O que está a acontecer? Um nova doença do foro respiratório, que tem início com sintomas gerais como tosse não produtiva, febre a baixas temperaturas e se pode desenvolver no que parece ser uma pneumonia. No entanto, os pacientes não têm necessariamente problemas em respirar, mas sim de falta de oxigénio no sangue, que a ventilação mecânica não consegue superar. Os tecidos, as células, parecem estar com dificuldade em absorver o oxigénio de que necessitam. O doutor Kyle-Sidell de Nova Yorque (https://www.youtube.com/watch?v=k9GYTc53r2o&feature=youtu.be) descreve os sintomas como sendo semelhantes às da doença de altitude, em que a pessoa não consegue absorver os níveis de oxigénio de que necessita. Ele descreve também que os protocolos de tratamento para pneumonias infecciosas não estão a resultar, mas pelo contrário, a piorar as condições dos pacientes. Esta doença foi pela primeira vez detectada em Wuhan, na China - que é famosa por níveis de poluição de ar tais que as pessoas usam máscaras no seu dia-a-dia. A China, e alguns afirmam mesmo Wuhan, foi o primeiro país onde foi instalada tecnologia 5G (nova tecnologia de transmissão wireless). Logo umas 10.000 antenas numa só cidade, e pelo que li em Setembro/Outubro de 2019. Dada a contaminação atmosférica na China é no mínmo estranho - para não dizer autista - que os cienistas foram em busca de um vírus, usando metodologias de sequenciação e comparação de genomas da moda, ignorando por completo possíveis causas ambientais. Os cientistas que analisaram um dos primeiros doentes, realizaram a sequênciação de DNA e RNA do seu fluido bronquio-alveolar. Essa sequênciação detectou a presença de uma sequência de RNA desconhecida, mas semelhante a Coronavirus previamente sequenciados. Como este Coronavirus mostra grandes semelhanças com vírus encontrados em morcegos, presumiu-se que houve uma transmissão deste vírus do animal para o ser humano e concluiu-se que este novo Coronavirus é a causa da doença do paciente (Wu et al., 2020). Sendo um virus, subentende-se que seja algo contagioso. Isto, admita-se, é muita especulação. O que deveria ter sido feito, é isolar o vírus, multiplicá-lo num meio adequado, e fazer ensaios para verificar se a) ele causa alguma doença e b) se a doença causada pelo vírus é contagiosa. Existem uma série de passos lógicos necessários (postulados de Koch) usados em epidemologia que têm que ser verificados para se comprovar que dado agente é patogénico e para poder ser considerado a causa de doença contagiosa. Os ensaios necessários para isso não foram feitos ou publicados até à data. De facto, no passado tem-se tido dificuldades em demonstrar contagiosidade de vírus, pelo que se procurou encontrar novos postulados para se poder manter a teoria da patogenicidade de virus. Note-se que de todos os vírus que se pensa poderem existir, se estima que se conhece apenas ca. de 1% (Hardmuth, 2020) e a maioria não parecem causar qualquer doença. Em epidemias prévias, frequentemente a contagiosidade da doença não foi comprovada. Esse foi por exemplo o caso da Gripe Espanhola de 1918. Tentou-se comprovar a sua infecciosidade, mas sem sucesso. Na altura um estudo do US Public Health Service expôs 62 soldados saudáveis a expectoração de pessoas afectadas pela doença, e nenhum dos soldados adoeceu (estudo mencionado mas não referenciado por Hardtmuth, 2020). Arthur Firstenberg acredita que a Gripe Espanhola foi causada pela introdução de ondas de rádio com transmissão global introduzidos durante a guerra pelos serviços militares dos EUA. A teoria de o que é um virus posta em causa Quando-se descobriu (Dmitri Ivanovsky em 1892) que líquidos filtrados com filtros tão finos que não permitiriam a passagem de bactérias, continuavam a propagar a doença do mosaico do tabaco, chamou-se ao que estaria ainda contido no líquido filtrado de „vírus“ (significando: agente maligno). A existência de „vírus“ encaixou na teoria de que germes (agentes microbiológicos não visíveis a olho nu) provocam doenças, que foi levada a ser cientificamente aceite por Louis Pasteur (1822 – 1895), apesar de evidências de Béchamp delegarem a maior importância à susecptbilidade do hospedeiro à doença. A ideia de que um vírus é um agente patogénico que vem do meio e usa células de um hospedeiro teve portanto origem antes de se poder investigar virus com o microscópio electrónico e obviamente antes da sequenciação de genomas. A virologia moderna está perante evidências novas, que procura interpretar à luz das teorias do passado ainda aceites. Por exemplo a existência de virus em todo o lado e a sua interacção constante com DNA, tem levado a Biologia Evolutiva a acreditar que eles terão um papel importante na evolução das espécies. No entanto, as evidências novas poderão ser interpretadas de outra forma, e de facto estão a acumular-se evidências que confirmam teorias tidas como heréticas e pseudo-científicas até ao momento. Note-se que a ciência tem que constantemente renovar-se e revogar coisas tidas como verdades no passado, mas que faz isso sempre com grande resistência. Muito embora a ciência se defina por excelência por as suas hipóteses serem falsificáveis (primeiramente enunciado por Karl Popper). A sabedoria convencional e o que é cientificamente aceite hoje em dia, como legado de hipóteses formuladas no final do século XIX, é que um vírus é um agente patogénico, contagioso que causa doenças. Identificou-se que um virus é composto por um pedaço de DNA ou RNA (material genético), envolvido em proteínas. O virus aparece apenas em seres hospedeiros e não se consegue reproduzir, a não ser dentro de células. A presença de um vírus num ser humano, não leva necessariamente ao despoltar de uma doença. Toda a gente conhece herpes, associado à presença de vírus, e que apenas despolta em certas situações da vida – geralmente quando a pessoa está sob stress emocional. Isto aponta para a importância do „terreno“ no despoltar de uma doença. No início dos anos 1980, com uso do microscópio electrónico, foi demonstrada a existência de exosomas: vesículas com origem intracelular que eram expelidas pelas células (Pan et al, 1985). Niel et al. (2006) descreveram que estes exosomas poderão ter um papel importante na comunicação intercelular no âmbito do sistema imunitário. O virólogo conceituado Herbert (Skip) Virgin com a sua equipa descobriu que a presença de virus pode inibir o desenvolvimento de doenças na presença de bactérias e helmintes (vermes parasitas) (https://www.youtube.com/watch?v=O_KqzArksQU). O médico Andrew Kaufman comparou o que se sabe hoje em dia sobre exosomas e virus e chegou à conclusão que não existe diferença entre estes (https://www.youtube.com/watch?v=roDGPZMev7s). Como ambos não podem ser estudados em movimento, mas apenas em situações fixas, o que se vê na microscopia electrónica pode ser interpretado tanto como uma invasão da célula como uma excreção da célula. Não é possível distinguir em imagens fixas se algo é um endosoma multivesicular ou a zona de reprodução de um virus no interior de uma célula. O aspecto é exactamente o mesmo. Todos os vírus poderão ser, na verdade, exosomas com funções na comunicação intercelular, agentes até do sistema imunitário!... Os resultados da equipa de Virgin anteriormente mencionadas apontam no sentido de virus serem exosomas com um papel no âmbito do sistema imunitário. Portanto, poderá ser que face a ataques ambientais, as células produzem exosomas/virus para causar uma reacção do corpo para lidar com o novo stresse. Sabe-se que antibióticos, por exemplo, levam as células a produzirem exosomas. Como poderemos entender o que parece ser contagiosidade? O modo de expansão da nova doença Covid19 não é conhecida. Em relação ao número de casos confirmados que passam constantemente nos media, existem uma série de considerações a ter para avaliar esta informação, que são de acordo com Hardmuth (2020): a) Os testes para identificação da presença de Covid19, testam a presença de uma sequência de RNA. Trata-se portanto de um teste surrogado; na presença da sequência assume-se a presença do virus. Como RNA em quantidades tão pequenas não pode ser detectado, tem que se fazer replicação do material genético recolhido, multiplicar até 45 vezes, para se poder sequer identificar se existe a sequência associada ao Covid19. Na replicação do RNA e conversão em DNA para os fins da testagem, podem ocorrer erros e replica-se também outras sequências que podem confundir o teste. Por estes motivos existem muitos falsos positivos, ou seja resultados que indicam a presença de Covid19 quando ele não está de facto presente. Parece que não houve estandardização dos testes. Nuns países replicam a sequência viral 30 vezes, noutras 45 vezes, assim uns poderão ter mais casos positivos que outros, independentemente do que se passa na realidade. A probabilidade dos falsos positivos não é conhecida na maioria dos testes, pelo que não sabemos se num determinado teste, ao serem detectados 100 casos positivos, 60% ou 95% dos casos realmente têm o virus. b) O número de testes a serem feitos está a aumentar todos os dias. Isso pode dar a impressão de que o número de pessoas infectadas está a aumentar, mesmo se isso não for verdade. Apenas na Islândia houve testagem a quase 10.000 pessoas de forma randomizada, sendo que apenas 1% era protadora de Covid19, metade dos quais sem sintomas. Nos restantes países não se sabe qual a proporção da população com Covid19 e se está a aumentar ou não. c) Todos os anos 65.000 pessoas morrem de gripe. Não há indicações de que estes números sejam maiores este ano, incluindo-se as pessoas que morreram com Covid19. Em comparação: oito milhões de pessoas morrem anualmente como consequência directa da poluição do ar. A idade média das pessoas que morrem com Covid19 é de 81 anos. As pessoas não morrem como consequência do Covid19, mas com ele. Portanto, a situação dos dados é tal, que não podemos dizer se estamos perante uma epidemia, mais mortes do que o costume, se há contagiosidade, aumento do número de doentes, etc. A questão da transmissão da doença só poderá ser verdadeiramente estudada, quando se conhecer quais os factores envolvidos no seu aparecimento. O que poderá estar a causar esta nova doença? O Dr. Cowan diz que a nova doença respiratória que presenciamos poderá ser causada por alguma poluição ambiental nova ou a acumulação de poluição a um ponto que já não é compatível com a saúde humana. O Dr. Cowan apela a estudos científicos sérios serem feitos para se perceber quais as causas reais desta doença e o que torna uma pessoa susceptível a esta. No entanto, ele sugere que poderá haver uma série de causas desta nova doença, entre as quais destaca o glifosato com características genotóxicas e a nova tecnologia wireless 5G. Eu até ao momento só consegui investigar 5G como eventual causador da doença nova. As pistas que indicam efeitos graves ao nível da absorção do Oxigénio são muitas, mas não quero dizer com isso que seja conclusivo que a causa da nova doença seja o 5G. Partilho apenas o que encontrei nessa pesquisa. A tecnologia 5G funciona com radiação de 60 Gigahertz, frequência essa que é absorvdia pelo Oxigénio alterando a sua estrutura molecular, impedindo que a hemoglobina do sangue capte o Oxigénio. Isso de forma assustadora coincide com a descrição da doença associada ao Covid19, tal como foi descrita pelo médico Kyle-Sidell (referido no início deste texto). Os planos para a implementação da tecnologia 5G ultrapassam tudo o que conseguimos imaginar: Em Setembro 2017 existiam 1738 satélites no espaço, apenas dois com funções para as telecomunicações. Agora, apenas uma das muitas empresas que está a implantar 5G, a SpaceX, quer lançar 12.000 satélites, para não deixar um milímetro da superfície da Terra sem cobertura ininterrupta de 5G (https://www.cellphonetaskforce.org/5g-from-space/). E isso numa tecnologia cujos efeitos sobre a saúde não são claras, mas existem muitos factos (abafados e descreditados pela indústria) de efeitos muito nefastos, desde a morte de abelhas, à redução do esperma em seres humanos e cancro em zonas mais expostas à radiação dos telemóveis. Conclusão Temo as consequências que poderão advir de estarmos à „caça de um virus“ e depois continuarmos a poluir com „business as usual“ e a expandir a tecnologia 5G sem o seu impacto sobre a saúde humana e ambiental ser devidamente considerada. Poderemos habituar-nos a um novo patamar de mal-estar da humanidade, em vez de erradicarmos as suas causas. Tal aconteceu após Fukushima: a tara do equipamento que detecta radiação teve que ser subida globalmente (isto é, o ponto zero passou a ser um número anteriormente positivo). Em vez de pararmos de vez a energia nuclear. Será que em breve assumiremos um nível mais elevado generalizado de doença como o novo „normal“? Considero essencial investigar-se cientificamente: - se Covid 19 é contagioso; - que factores levam à susceptibilidade das pessoas à doença; - que causas ambientais poderão estar envolvidas no aparecimento desta doença. Se pensarmos que a poluição atmosférica da China tem a haver em parte com a indústria que produz aqueles produtos de baixíssima qualidade que partem após serem usados três vezes, podemos ficar estupefactos com os valores em torno dos quais a nossa cultura se está a organizar. Que sentido faz estarmos a produzir cada vez mais, de menos qualidade, e deitarmos fora cada vez mais coisas mais rápido? Damos cabo da Terra e da nossa saúde. Com 5G é a mesma coisa, estamos a mandar cada vez mais mensagens menos pensadas e com menos signifcado pelo mundo fora, arriscando graves consequências ambientais e de saúde. Se ficamos todos em casa e a trabalhar pela internet, a ideia de que precisamos mais internet mais rápida é reforçada. Temos mesmo que mudar as ideias-orientadoras para as nossas vidas, e começar a aspirar a uma vida de simplicidade, proximidade e compreensão da Natureza, com o „luxo“ de produtos naturais de qualidade que duram. De facto, não nos podemos dar mais ao luxo arrogante de continuarmos esta cultura do metabolismo acelerado de consumo dos recursos. Ao concluir este texto, reparei que os videos do Dr. Cowan já estão bloqueados em alguns canais (do YouTube e Facebook) com o pretexto de serem considerados „fake information“ e ele já tem um caso no tribunal por ter publicado um livro com a sua perspectiva sobre vacinação. As mentiras dos grandes, por example do Bill Gates, continuam todas acessíveis… Vivemos mesmo no tempo da mentira. Procurar a verdade é essêncial. Sempre há uma resistência a novas ideias, como explicitei no que concerne à necessidade de se revolucionarem teorias científicas. Isso, na minha perspectiva, tem a haver com o que é conhecido como „falsas identidades“ ou „falsas identificações“. Se passei a vida a estudar virologia para poder combater doenças, perceber que tudo o que eu acreditei até à data poderá ser errado é ter todo o percurso feito posto em causa. Se usei o facto de ser viróloga para me sentir uma pessoa importante e de valor – pior. Então negamos novas evidências para podermos manter a nossa identidade. Estas falsas identificações são mais fortes em pessoas que não acreditam que existe o mundo espiritual. Como negam o seu próprio espírito humano, torna-se mais importante o que alcançam no meio terreno para se valorizarem como seres humanos. Então respondem com ódio mas sem argumentos válidos a novas evidências e opiniões contrárias às suas. No entanto, o facto de o Dr. Cowan já estar a ser silenciado por Facebook mostra que o que ele comunica não é apenas uma ameaça a cientistas individuais, mas que é uma ameaça séria (por ser verdade diria eu) aos interesses da indústria e da gente poderosa que não quer de todo que estas coisas possam ser ditas, estudadas e debatidas abertamente. Voltámos ao início e ao corte das liberdades civis em nome de combater a pandemia... Referências:
Imagem: Hans Tolzin lançou a aposta pública: quem consegue enontrar um artigo científico que prova que o Covid19 é a causa da nova doença respiratória, ganha 100.000€ (a prova deve ter sido publicada antes do 11 de Março 2020, pois esta é a data em que a WHO delarou a pandemia - baseado em que factos?) Extracto da palestra de Rudolf Steiner dada em Berlim a 17 de Fevereiro 1910
Tradução livre por Ambra Sedlmayr "Quando por outro lado nos aproximamos das coisas do mundo exterior, então elas aparecem-nos sempre misturadas com algo que poderíamos chamar de „o regaço escuro do futuro“. Pois, quem observa as coisas mais pormenorizadamente, tem que dizer a si mesmo que em tudo o que se enfrenta no mundo exterior encontra-se sempre algo do futuro. Se tivermos medo e nos sentirmos intimidados perante o que nos poderá acontecer, encontramos em todo o lado algo que nos repela. O mundo exterior está perante nós como um véu espesso. Se no entanto desenvolvermos o sentimento de rendição, o estado de ânimo da reza, perante o que se aproxima de nós a partir do escuro regaço do futuro, então poderemos ter a experiência de podermos enfrentar todos os seres do mundo exterior com o mesmo sentimento de certeza e esperança que flui até nós a partir do sentimento de rendição. Poderemos então dizer-nos perante todas as coisas: é a sabedoria do mundo que luzirá ao nosso encontro desde o futuro! Enquanto que, de outra forma, a partir de tudo o que encontramos nos fita a escuridão, escuridão esta que penetra os nossos sentimentos, iremos verificar que através do sentimento de rendição se forma em nós a sensação de que só através dos anseios e desejos mais elevados da nossa alma, o conteúdo repleto de sabedoria do mundo irá luzir até nós desde tudo que encontramos. Assim podemos dizer que, como resultado do sentimento de rendição da reza, se cria em nós a esperança de sermos iluminados a partir de todo o meio. E tal como a escuridão nos fecha sobre nós mesmos, tal como a escuridão nos mostra solidão e aperto já em termos físicos quando estamos algures no escuro da noite e o preto se extende ao nosso redor, assim sentimos, quando chega a manhã e a luz vem ao nosso encontro, que saimos de nós mesmos, mas não de uma forma que nos faz perdermo-nos a nós mesmos, mas de uma forma que nos permite levar a melhor vontade da nossa alma, os desejos melhores da nossa alma, para o mundo exterior. Assim sentimos a dedicação ao mundo que nos aliena de nós mesmos, superado pelo calor da reza que nos une a nós mesmos. E quando deixamos desabrochar o calor da reza até ao sentimento da rendição que pode permear a nossa reza, então o calor da reza torna-se luz da reza. Saimos agora de novo de nós mesmos e sabemos: quando agora nos unirmos com o mundo exterior e fitarmos tudo o que existe no mundo exterior, então não nos encontramos dispersos e alienados de nós mesmos, mas sentimos que como aquilo que é o melhor que existe na nossa alma, flui a partir da nossa alma e sentimo-nos unidos com aquilo que luz desde o meio até nós." Reza contra o medo "Que os eventos que me procuram me encontrem. Que eu os receba com uma mente calma Através do chão de paz do Pai Sobre o qual caminhamos. Que as pessoas que me procuram me encontrem. Que eu os receba com um coração compreendedor Através da corrente de amor de Cristo em que vivemos. Que os Espíritos que me procuram me encontrem. Que eu os receba com uma alma clara Através da luz curadora do Espírito pela qual vemos." Adam Bittleston Os médicos sabem que, para a cura ser efectiva, temos que ter o diagnóstico certo. Na vida social, muitos que querem ser reformadores apostam em soluções específicas sem terem pensado a fundo quais são os factores que perpetuam o problema social ao qual querem dar resposta. Precisamos de um esquema de análise que nos permite fazer o diagnóstico apropriado, para podermos encontrar o „remédio“ apropriado. O esquema de análise do grupo de Nicanor Perlas consta na figura em baixo. É importante notar que este esquema tem intimamente a haver com a „jornada da lemniscata“ (jornada de iniciação moderna em que a transformação pessoal antecede a acção exterior, descrita mais abaixo no texto). No fundo da figura está a realidade actual (nível 1) onde muitos consideram que existem os problemas. A realidade actual, no entanto, não existe por si só. Por detrás da realidade actual, existem as forças que criam essa mesma realidade. Estes são os factores económicos, políticos e culturais, ou „estruturas vigentes“ (nível 2) que estão por detrás da realidade da pobreza, das alterações climáticas, de crime, de conflitos, de corrupção etc. Quando olhamos mais de perto as „estruturas vigentes“ percebemos que estas são uma abstracção cognitiva. Não vemos uma „estrutura económica“ mas antes vemos uma rede de instituições económicas que interagem umas com as outras criando o que percepcionamos como „estruturas vigentes“. O mesmo acontece com estruturas políticas e culturais. É importante notar que estas estruturas estão conectadas e interagem umas com as outras, formando e definindo-se mutuamente, para melhor ou para pior. Na cultura, instituições que criam as estruturas culturais, são por exemplo as escolas, igrejas, associações de profissionais, os média, etc. Conjuntamente estes são conhecidos como „sociedade civil“. Na política, as instituições incluem os tribunais, os partidos, os ministérios, o parlamento, etc. Na economia, as instituições são empresas, cooperativas, PME, associações da indústria, etc. Mas, afinal, o que são instituições? E por consequência, o que está por detrás das estruturas? Afinal de contas, trata-se de colectividades, conjuntos de pessoas, de indivíduos. Assim, temos os indivíduos como quarto nível da realidade. Os indivíduos têm modelos mentais, sistemas de crenças, valores, atitudes e outros atributos internos. Juntos, estes atributos agregam-se formando um sentido mais ou menos consciente de identidade. O que importa para já é notar que estes atributos internos, estas condições interiores, afectam o comportamento dos indivíduos. E comportamento, por sua vez, afecta a performance das instituições. Pode ser uma descoberta surpreendente para muitos que algo tão intangível como um modelo mental ou um sistema de crenças ou um vício pode determinar como funciona a realidade actual. Mas isto acontece constantemente e em todo o lado. A crença na necessidade de competir na economia global é um destes modelos mentais extremamente poderosos. Poderíamos citar muitos mais. A cadeia de causalidade entre os vários níveis da realidade é a seguinte: indivíduos > instituições > estruturas > realidade actual. No entanto, acontece que devido à formatação interna de muitos indivíduos pelas instituições e estruturas vigentes, a cadeia da causalidade também pode ser invertida! Forma-se uma dinâmica circular, em que a realidade actual, as estruturas vigentes e as instituições definem largamente a realidade interna dos indivíduos, que por sua vez perpetuam o tipo de instituições, estruturas e realidades que os moldaram. Por isso, se trabalhamos apenas aos níveis da realidade actual, das estruturas vigentes e das instituições, sem trabalhar a transformação pessoal, arriscamos estar a perpetuar o sistema que queríamos mudar! Temos que trabalhar a nossa „condição interior“ e a nossa formatação para aumentar o nosso espaço de manobra realmente livre, para trazer coisas criativas, verdadeiramente novas, inspiradas pelo nosso espírito ao mundo. A jornada de iniciação – prelúdio necessário para transformar os problemas do mundo „Algumas pessoas irão ficar chateadas por se tratar mestria pessoal / autocontrolo e desenvolvimento espiritual como desafios tão urgentes como os maiores desafios da humanidade. Mas aqueles que pensam desta maneira não estão a perceber o ponto central nisto. Estamos perante os desafios ecológicos e sociais presentes que ameaçam extinguir o próprio ser humano, precisamente porque muitos de nós ainda não realizaram a busca pela sua própria natureza humana. Se continuarmos materialistas e ao mesmo tempo tentamos resistir à mecanização do mundo, os nossos esforços estão predestinados a falharem. Pois, nesse caso continuaríamos na mesma atitude mental moderna que criou os problemas que queríamos resolver. Numa concepção materialista, não existe fundamentação válida para conceitos como direitos humanos, dignidade humana, pois estes provêm de um mundo que está para além da matéria. Kurt Gödel, o sucessor de Einstein no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, mostrou decisivamente que operando dentro de uma maneira de pensar, esta não consegue ser transcendida. Apenas uma consciência fora do materialismo, portanto uma consciência que considera a realidade espiritual, pode começar a reconstruir o mundo devastado por um sistema de crenças e de poder assentes nos princípios do materialismo. Portanto a nossa questão é: Como contribuir para superar os problemas do mundo? E como manter e desenvolver a nossa humanidade, face aos ataques omnipresentes a ela? Desde tempos remotos fala-se na jornada da iniciação. Uma jornada que acorda a nosso potencial verdadeiramente humano e espiritual em nós, uma jornada que cria novas identidades, uma jornada que acende o fogo interior e o põe ao serviço do mundo. Esta jornada tem sido descrita como a "jornada do herói" ou "jornada da lemniscata" e pode ser visualizada na forma de uma lemniscata (Símbolo do infinito). Esta jornada tem que ser percorrida por todos quantos querem lidar com os desafios que o planeta enfrenta hoje em dia. "Activistas da sociedade civil de todo mundo em especial têm que compreender e enveredar por esta jornada. Como activista tanto de movimentos para a transformação social, como de movimentos espirituais, eu (Nicanor) percebi a unilateralidade de cada um destes movimentos. Nos esforços de unir ambos, encontrei a lemniscata como símbolo adequando para representar ambos os movimentos e a jornada que temos que percorrer. Se estamos activos apenas no mundo exterior, como activistas sociais, negligenciamos as nossas fontes interiores de coragem e inspiração. Apesar de sucessos que podemos ter, geralmente acabamos com burn out. Se, por outro lado, focarmos apenas no desenvolvimento interior, os nossos esforços tornam-se irrelevantes para o mundo. Focar no nosso umbigo isola-nos do mundo e a nossa jornada interior pode tornar-se uma distracção das tarefas reais que temos no mundo exterior. A jornada da lemniscata. A jornada começa quando o indivíduo realmente encontra o mundo. Governança não democrática, globalização predadora e colisão de civilizações tomaram posse do planeta com consequências desastrosas. Neste mundo dos novos imperialismos, a humanidade está a ser desconstruída e reconstruída fisicamente (o cyborg), psicologicamente (para se tornar indiferente face aos descaramentos crescentes do novo imperialismo) e espiritualmente (rendendo a sua chama interior). Usando os conceitos de Joseph Campbell sobre a jornada de iniciação, podemos chamar esta fase de "o chamamento". O chamamento vem do mundo para nós, nós ficamos preocupados com alguma coisa específica, temos alguma questão que não nos deixa. Se tivermos a coragem de seguir a nossa preocupação e iniciar uma busca pela resposta da nossa questão, então iniciamos a jornada de iniciação. Aqueles que levam a sério a questão que enfrentam e se aventuram na busca de uma solução, têm que seguir uma busca interior frequentemente dolorosa para descobrir ou reconectar-se com o seu Espírito. Não há outro caminho. Respostas teóricas do passado ou fórmulas materialistas não serão suficientes para dar resposta ao chamamento. A jornada está agora na fase de crise, de teste interior. A "crise" inicialmente consiste em algo que poderemos comparar a estar sem abrigo, não ter casa. Já não nos sentimos confortáveis com as perspectivas e valores com que anteriormente estávamos satisfeitos e que foram a nossa "casa" ou zona de conforto até então. A separação destes hábitos de pensar, sentir e fazer causam-nos dor. Essa dor pode ser causada pela falta de sentido que enfrentamos, a falta de direcção, não se ser entendido pelos outros, etc. Mas ultimamente o objectivo desta fase de crise e teste é desfazermo-nos de velhos hábitos disfuncionais e crenças egoístas ou outros aspectos do nosso eu do dia-a-dia que nos mantêm presos ao sistema em vigor. Um encontro bem sucedido com o nosso próprio Espírito conclui esta fase de crise com a "iluminação". Na ciência social chama-se a este processo de "reframing" - encontramos uma nova perspectiva, um sentido mais amplo, transformamos a nossa identidade. Adquirimos uma compreensão profunda e a direcção para a acção estratégica torna-se clara. Também se descobre aspectos profundos sobre nós mesmos e os nossos motivos. Encontramos novas forças e capacidades para interagir com o mundo e transformá-lo. Na última fase da jornada, no "regresso", a pessoa acordada de uma forma nova, agora com um conhecimento muito maior de si mesma e do mundo assim como com novas capacidades de se relacionar e de criatividade, junta-se a outros para construir um mundo diferente. Graças ao "regresso", novas iniciativas sociais nascem e começam a florescer. Fonte: Nicanor Perlas (2011). Mission possible! Sow Courage; Harvest a New World. Centre for Alternative Development Initiatives, Manila.
Rudolf Steiner, Goetheanum, Março 1925
Quem quer avaliar a Antroposofia correctamente na sua relação com o desenvolvimento da alma consciente, tem que direccionar o seu olhar cada vez de novo à disposição espiritual da humanidade culta que se iniciou com o desabrochar das ciências naturais e que teve o seu auge no século dezanove. Uma pessoa pode olhar para as características desta época com a sua alma e compará-la com épocas anteriores. Em todos os tempos da evolução humana consciente o conhecimento foi considerado como aquilo que aproxima o ser humano do mundo espiritual. O que se era perante o mundo espiritual, considerava-se depender do conhecimento que se tinha. Na arte, na religião vivia o conhecimento. Isto mudou quando a alvorada da época da alma consciente teve início. Nesta altura o conhecimento começou a não se preocupar mais com uma grande parte da vida da alma humana. Queria-se investigar o que o Homem desenvolve na sua relação com a sua existência, quando este orienta os seus sentidos e o seu juízo racional para a natureza. Mas não se queria preocupar-se mais com aquilo que o ser humano desenvolve na sua relação com o mundo espiritual, quando usa a sua capacidade de percepção interior do mesmo modo como usa os seus órgãos de sentido. Assim surgiu a necessidade de não mais ligar a vida espiritual do ser humano com conhecimentos espirituais obtidos no presente, mas de a manter ligada apenas a conhecimentos do passado, a tradições. A vida anímica humana foi partida em dois. Perante o Homem estava, por um lado, o conhecimento da natureza em contínuo desenvolvimento, desabrochando no presente. Por outro lado havia a experiência da relação com o mundo espiritual que tinha sido desenvolvida em tempos mais remotos. Para esta vivência perdeu-se gradualmente qualquer compreensão sobre como este conhecimento teve origem no passado. Tinha-se as tradições, mas não o caminho através do qual estas verdades podiam ser encontradas. Só se podia ter fé nas tradições. Uma pessoa que considerva a situação espiritual em meados do século dezanove em total consciência, teria que ter dito: a humanidade chegou ao ponto de se considerar apenas capaz de desenvolver o conhecimento que não tem a haver com o espírito. Uma humanidade antiga era capaz de investigar o que pode ser sabido sobre o espírito; a capacidade para esta investigação foi no entanto perdida para a alma humana. Não imaginamos, em todo o seu grande significado, o que se passava de facto. As pessoas limitavam-se a dizer: o conhecimento não chega até ao mundo espiritual; este pode ser apenas objecto de crenças. Rudolf Steiner, Máximas Antroposóficas GA 26 Extracto traduzido por Ambra Sedlmayr |
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Ambra Sedlmayr é formadora de adultos, capacitando e empoderando pessoas a viverem os seus sonhos ao contribuirem algo com significado para o mundo. Histórico
September 2022
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